terça-feira, 12 de agosto de 2008

Gêneros e Tipos Textuais

De acordo com Luiz Antônio Marcuschi, sempre que nos manifestamos linguisticamente, o fazemos por meio de textos. Textos que podem ser orais ou escritos, mas, que se deslocam da frase isolada para participar de processos e do funcionamento da língua de forma concreta.

Assim os textos se materializam nas mais variadas formas, funcionado nos modos mais diversificados em situações sociais do dia-a-dia. Tais materializações dos textos se dão em gêneros textuais.

O trabalho com gênero no ensino da língua é relevante quando se trata de produção textual além de tratar integradamente questões de produção, compreensão, gramática e uma série de outros aspectos centrais no ensino de língua. Aqui se pode analisar não só o funcionamento da língua como o funcionamento da própria sociedade mediado por atividades discursivas.

A atuação dos falantes gera novos gêneros e estes se transformam em instrumentos de ação social.

Gêneros textuais: são textos concretizados que encontramos em nosso dia-a-dia e que apresentam padrões sócio-comunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas , sociais, institucionais e técnicas. Os gêneros são ainda, formas textuais bastante estáveis, histórica e socialmente situadas.

Os tipos textuais: designam uma espécie de seqüência retórica subjacente definida pela natureza lingüística de sua composição ( aspectos lexicais,sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). Em geral, os tipos textuais abrangem meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.

Segundo Maria Luiza Monteiro Sales Coroa, a sistematização escolar é que vai aflorar no aluno a capacidade de reconhecer e utilizar os gêneros textuais já na primeira infância.

Para identificar a diversidade de gêneros textuais não é necessário conhecer uma classificação prévia, basta exercitar a competência sociocomunicativa, a experiência com a linguagem e o conhecimento de mundo.

Com as diferentes formas de ver o mundo que cada sujeito desenvolve (incluindo o mundo das palavras) ele age e reage linguisticamente, ou seja, aprende comportamentos lingüísticos (o que pode ou deve ser dito, o que não pode ou não deve ser dito, como pode, ou deve ser dito, em qual situação).

Embora a competência sociocomunicativa esteja desenvolvida, juntamente com a aquisição da língua materna, a vida adulta em um mundo letrado exige refinamentos na identificação dos gêneros que devem vir juntamente com o aprendizado sistematizado das regras da língua e da elaboração textual.

Gêneros textuais: realizações sociocomunicativas

Tipos textuais: realizações lingüísticas (estruturais e formais)

Finalizando, sabe-se que é relevante o trabalho em Língua Portuguesa com gêneros textuais e a escola (lugar propício para a realização de atividades que trabalhem a formação do indivíduo) deve estar atenta ao livro didático como instrumento de trabalho para que ele não seja um elemento complicador no trabalho do professor e nem influencie negativamente no processo de aquisição de conhecimento.

domingo, 10 de agosto de 2008

sábado, 9 de agosto de 2008

A Linguagem Miguxês

Realmente a diversidade vocabular nos surpreende. Ás vezes não tanto quando se trata de jovens que pela sua dinâmica buscam sempre modificar a língua. Pela fonética elimina certos códigos e cria outros.

Leia o texto extraído da Revista "Isto é" que encontrei postado no terra.com, na coluna Comportamento:

Comportamento

vuXxe sAbE falAH miguXexX ?!"Você sabe falar miguxês?" É o que está escrito aí em cima na nova linguagem dos jovens CARINA RABELOTRIBO Beatriz (à dir.) se comunica com um grupo de dez amigas apenas em miguxês

A cada geração, os adolescentes criam seus códigos específicos de comunicação. É uma forma de caracterizar o grupo e, principalmente, excluir os mais velhos da conversa. Quem não se lembra da Língua do P (a letra P vinha sempre no início de cada sílaba), que embalou as conversas juvenis dos adultos de hoje. Atualmente, está na moda o “miguxês”, uma derivação do “internetês”, linguagem utilizada pelos jovens na internet na última década. O internetês surgiu durante a troca de mensagens na rede por e-mail, MSN e Orkut e tinha como proposta abreviar as palavras e simplificar o texto. O objetivo do miguxês é complicar a escrita e ir além do mundo virtual. “Não consigo entender nada do que elas conversam”, comenta Estella Oliveira, mãe de Beatriz Oliveira, 12 anos, que se comunica com um grupo de dez amigas apenas em miguxês. “Todos os meus colegas na escola falam e escrevem assim. No início parece estranho, mas a gente aprende rápido”, diz ela. Uma frase como “Quero ir à festa da escola hoje à noite” vira “KErU I a fEstAh daH eScolaH HJ A Noiti”.

TÔ FORA Juliana desistiu da língua depois de ir mal na escola

O miguxês foi criado pelos emos, tribo de adolescentes que valoriza a emoção. A linguagem transcendeu o grupo e alcançou jovens e adolescentes de todo o País, como o baiano Márcio Miler Monteiro dos Santos, 15 anos, que mora em Salvador, na Bahia. “É uma forma diferente e carinhosa de se comunicar com os amigos”, afirma. A proliferação do miguxês só foi possível graças ao MSN e comunidades do Orkut, que divulgam a linguagem e defendem o uso dela entre os adolescentes.

Uma das polêmicas em torno das novas linguagens é o risco de atrapalhar o aprendizado da escrita formal nas redações escolares. Foi o que ocorreu com a estudante Juliana Freitas Nascimento, 16 anos, que chegou a tirar nota 2 em uma prova, por errar a grafia das palavras. “Quando vi que estava me prejudicando, me irritei gàm o miguxês. Hoje, tô fora dessa bobagem”, comenta. Pesquisadores, no entanto, garantem que não há motivo para alarde. “A língua sempre foi um campo de tensão entre as novas gerações e as anteriores, que temem as mudanças. Não há riscos. Os jovens conseguem diferenciar as situações de interlocução e sabem quando é o momento de escrever certo”, diz a psicanalista Cláudia Rosa Riolfi, pesquisadora e professora da faculdade de educação da Universidade de São Paulo. Além disso, assim como as modas anteriores, essa também passa.

Gramática própria• As letras S e C são substituídas por X, para infantilizar a fala. Ex: Você (Vuxeh)• Os acentos agudos e circunflexos são substituídos pela letra H no final da palavra e o til pelas letras N/M. Ex: Será (Serah) / Não (Naum)• O I é substituído pelo EE. Ex: Gatinha (Gateenha)• A letra O vira U. O dígrafo QU e a letra C viram K. Ex: Quero (Keru)• O U não silábico vira W e o E vira I. Ex: Escreveu (Ixcrevew)• As letras maiúsculas são usadas sem critério